segunda-feira, 6 de junho de 2011

Segurança Pública no Rio de Janeiro


A violência é um dos temas que mais preocupam os brasileiros. E não é difícil entender o porquê.  O país registra estatísticas de homicídios comparáveis às nações em guerra e está no terceiro grupo dos maiores exportadores de armas do mundo.
Além disso, o segundo maior setor de movimentação econômica do planeta (perdendo apenas para o petróleo), o tráfico de drogas também tem sido um dos grandes responsáveis pelo aumento da violência no Rio de Janeiro nos últimos anos.
Para o entrevistado Marcus Ávila, teólogo e historiador, recém aprovado no concurso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que faz um estudo sobre a Segurança Pública, o tema deve ser debatido com seriedade pelos governantes, e principalmente medidas preventivas devem ser adotadas.


Qual a sua impressão da Segurança Pública no Estado do Rio?

Eu tenho uma péssima impressão. E tudo começa com os péssimos salários pagos aos policiais. Para se ter uma idéia, R$ 800,00 é o piso salarial de um policial no Rio. Dá para fazer segurança com isso? É necessário acontecer uma reforma da segurança pública para proteger a vida da comunidade e do policial, que tem que trabalhar e depois fazer bico em festa.


Qual é a relação entre segurança pública e direitos humanos?

O Rio é um exemplo de que a segurança pública tem prioridade sobre os direitos humanos. A polícia com freqüência usa a força contra pessoas que moram nas favelas e poucas providências têm sido tomadas em relação a isso.


O que acontece para que a situação chegasse a esse ponto?

 Alguns falam em impunidade, outros na ausência do poder público e há ainda os que responsabilizam a polícia, destacando o fato de que está desaparelhada, maltreinada, despreparada para enfrentar os traficantes.


As Unidades de Polícia Pacificadora podem mudar essa realidade?

Ainda considero que é cedo para avaliar. A experiência é recente e o problema não vai ser resolvido só com UPPs. É preciso uma transformação da polícia e a integração de suas forças. Já é um bom começo, mas ainda não vai resolver o problema dos abusos e da violência policial contra pobres, afrodescendentes e moradores de favela (o que sabemos que acontece).


Como você acredita que a atual presidente vai tratar do assunto?

Quando a presidente Dilma Rousseff ainda era candidata, quase não se pronunciou sobre isso, ou quando falava, era de forma genérica, mencionando uma ou outra possível iniciativa, como o controle das fronteiras e a expansão das UPPs. Não foi apresentado um plano nacional de segurança pública com amplitude e especificações técnicas. Não é bom antecipar juízos, mas, infelizmente, tudo indica que vamos continuar convivendo com esse modelo de segurança atual em que pouca responsabilidade é conferida a União.

E qual o papel do governo federal?

O governo federal deve ajudar a envolver municípios no combate à violência tomando a frente no trabalho de inteligência e mapeando os problemas regionais. O combate tem que ser específico para cada tipo de região e por isso mesmo tem que haver diagnóstico.


Em sua opinião, quais são as causas da deficiência da Segurança Pública?

Entre as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do sentimento de insegurança, de impunidade e o reconhecimento de que o Estado, apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer um serviço de segurança básico, não atende sequer, as mínimas necessidades específicas de segurança que formam a demanda exigida pelo mercado.

Com os recentes acontecimentos, onde a segurança pública tem sido colocada em debate, como você acredita que esse quadro possa ser modificado?

Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, são fatos que se arrastam de outros tempos. Resumindo, os novos gestores da segurança (não apenas policiais, promotores, juízes e burocratas da administração pública) devem enfrentar estes desafios, além de fazer com que o amplo debate nacional sobre o tema transforme-se em real controle sobre as políticas de segurança e, mais ainda, estimule a parceria entre órgãos do poder público e sociedade civil na luta por segurança e qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.


Você passou na prova da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Qual a sua expectativa em relação ao exercício dessa profissão?

Apesar de fazer duras críticas ao sistema, eu ainda acredito nele. Não adianta fecharmos os olhos e fingir que está tudo bem, por que não está! E eu estou consciente de tudo o que posso enfrentar, mas mesmo assim eu decidi que quero contribuir de alguma forma para a mudança desse quadro. E a minha maior expectativa é que um dia essa profissão tão nobre possa ser mais valorizada.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Instalação de UPPs no Rio faz crescer a insegurança no restante do Estado

Segundo maior município em população teve aumento da criminalidade

Os altos índices de homicídios em São Gonçalo nos últimos meses revelam, entre outros dados, a vulnerabilidade da segurança pública. A polícia investiga uma ligação entre o aumento da criminalidade na cidade e a migração de bandidos do Rio de Janeiro para o norte fluminense. Sobretudo, após a instalação de Unidades de Policia Pacificadora (UPPs) em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas.
Foi feito um estudo que aponta a migração dos traficantes para municípios vizinhos. Niterói e São Gonçalo estão entre as cidades mais procuradas. Nesses locais, o roubo de carros, assaltos a residências e apreensão de drogas aumentaram cerca de 70% em comparação ao ano passado.
O comandante geral da Policia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que a falta de efetivo no 7º Batalhão de Policia Militar é uma das causas do aumento da violência urbana. Segundo o coronel, houve redução no número de policiais. Atualmente, a unidade conta com cerca de 650 homens para realizar o policiamento no município, que de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui aproximadamente um milhão de habitantes.

Os moradores da cidade têm sentido o aumento da insegurança que se reflete na alteração de suas rotinas. Como é o caso da Mirna Mattos, moradora do bairro Salgueiro, que afirma: “Eu nasci e fui criada aqui, e o que tenho visto é um quadro muito triste na história da cidade. Temos convivido com bandidos nas portas de nossa casa, tiroteios constantes e vários amigos e parentes sendo vitimados. Esses dias estava me arrumando para sair com meu bebê e tive que me jogar no chão com ele por causa do tiroteio.”
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, existe, porém, uma estratégia da policia para impedir que as UPPs da capital fluminense provoquem um aumento da criminalidade em outras cidades. Numa entrevista recente para um jornal do Rio, o governador Sérgio Cabral afirmou que outras UPPs vão ser instaladas ainda este ano, e que as regiões metropolitanas deverão ser contempladas.
                                                         

Natássia Lima

sábado, 9 de abril de 2011

Índice de assaltos a pedestres aumenta em Niterói

Cidade metropolitana tem o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado do Rio e o terceiro do país. Apesar disso, na última estatística divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), o município registrou aumento de todos os crimes praticados contra o patrimônio. O número de assaltos a pedestres, por exemplo, disparou: passou de 190 casos para 329.
A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que o efetivo policial de cada município seja de um policial para 250 pessoas. Em Niterói, no entanto, há um policial para cerca de 700 pessoas. Esses dados vêm repercutindo entre os estudantes de escolas públicas e particulares do Centro de Niterói. Muitos viram suas rotinas alteradas por medo de assaltos e outros tem sentido na pele o que essa experiência desagradável pode trazer.
A estudante Elaine Costa, do ensino fundamental do Colégio Raul Vidal, teve seus pertences roubados em plena luz do dia, na principal Rua do Centro de Niterói. O universitário Felipe Poubel, do curso de Ciência da Computação do Centro Universitário Plínio Leite, teve grandes transtornos com o roubo de sua bolsa e documentos por um menor de idade. “Foi bastante traumático passar por essa experiência, por que todos os dias eu faço o mesmo caminho na volta para casa, e me sinto muito inseguro”.
A Secretaria de Segurança informou que acompanha com atenção as últimas ocorrências de Niterói, e não descarta a possibilidade de os criminosos do Rio estarem buscando novas áreas de atuação por conta da persistente repressão. Na mesma declaração, a secretaria informou que “migração da mancha criminal é um fenômeno que acontece sempre que o criminoso se sente acuado em determinada área” e garantiu um maior efetivo policial na região.

Secretaria de obras revitaliza principais vias de São Gonçalo e gera polêmica

No último ano São Gonçalo passou por grandes transformações. Uma obra de reurbanização orçada em R$ 15 milhões foi realizada na cidade. Porém, esse choque de urbanismo não chegou a todas as ruas, somente as principais vias foram beneficiadas, o que tem gerado muitas reclamações por parte dos moradores.
A cidade, que é a segunda mais populosa do estado, mostra grandes contradições. Moradores de bairros como Santa Izabel, Pacheco, Guaxindiba, entre outros, reclamam do abandono e das constantes inundações em dias de chuva. Como é o caso do Marcus Vinicius, morador do bairro Mundel, e que tem sido prejudicado por isso. “Nos dias mais chuvosos fica quase impossível sair de casa, nós somos esquecidos pela prefeitura, e as ruas que já são asfaltadas, ganharam uma “maquiagem” só para a cidade ficar com uma cara melhor”.
Larissa Alves, moradora do Mutuá, também reclama da situação de abandono. “O que nós questionamos, não é a questão da obra em si. É claro que é bom ver as ruas sem buracos, mas não dá pra fazer uma parte da cidade e esquecer a outra. A rua onde moro, por exemplo, ficou anos para ser asfaltada, e somente esse ano que conseguimos isso. Mas as ruas em volta continuam da mesmo forma”.
O fato é que muitas obras ainda estão acontecendo na cidade e a Assessoria de Imprensa da prefeitura informou por telefone que “não existe um padrão para o asfaltamento das vias, e que esse problema das ruas de São Gonçalo, não é da gestão da atual prefeita (Aparecida Panisset), mas um problema que já vem de anos atrás”. Perguntada se existia um prazo para a urbanização do restante da cidade, a assessora se limitou a dizer que “esse é um assunto para ser discutido com a Secretaria de Obras”.
A Secretaria de Obras afirmou que a prioridade é o Centro da cidade, mas não descartou a possibilidade da pavimentação chegar a outros bairros mais atingidos pelas chuvas. Por enquanto, as avenidas Presidente Kennedy, Feliciano Sodré, Nilo Peçanha e Coronel Moreira César, as ruas João Damasceno, Abílio José de Matos, Fonseca Ramos e Francisco Portela, além da Praça Dr. Luiz Palmier, conhecida como Rodo de São Gonçalo, serão algumas das beneficiadas.


 
                                       
                                              Rua do bairro Mutuá após dia de chuva

                                          
                                 Umas das principais vias de Alcântara que foi reasfaltada

terça-feira, 29 de março de 2011

Luta de José de Alencar contra câncer chega ao fim

            Após uma série de internações e uma constante batalha contra o câncer, o ex-vice-presidente, que mais tempo exerceu sua função, morreu na tarde de hoje como um grande exemplo e estímulo para muitas pessoas que enfrentam essa terrível doença.
O câncer é uma das doenças que mais mata no Brasil, justamente porque o diagnóstico costuma ser tardio. Mas esse não foi o caso de José de Alencar, pois foi num exame de rotina que ele descobriu os primeiros tumores malignos, ainda em 1997. O rim direito e dois terços do estômago foram retirados. Cinco anos depois, outro tumor foi constatado, dessa vez na próstata, que foi removida. Em julho de 2006, um sarcoma, um tumor maligno, apareceu no abdômen. Apesar de removido, ele voltou quatro meses depois.
Em 2007, o ex-vice-presidente foi operado novamente. Mais um ano e o sarcoma voltou a se formar. Pela oitava vez, José Alencar foi para uma mesa de cirurgia. Em 2009, novos exames revelaram que o tumor continuava crescendo no abdômen. A alternativa apresentada pelos médicos foi uma cirurgia radical e bastante complexa, a mais longa e difícil de sua vida. Os últimos anos foram de internações seguidas, mas apenas paliativas, pois não havia muito que ser feito.
Apesar de tudo o que enfrentou José Alencar nunca se deixou esmorecer. Pessoas que conviveram com ele afirmam que, devido às circunstancias, muitas das vezes era ele quem dava apoio e palavras de incentivo aos que estavam a sua volta e chegou a declarar numa entrevista: “Eu não tenho medo da morte, tenho medo da desonra. A morte é um fenômeno natural. Assim como você nasce, você vai morrer um dia, e não temos que ficar pensando nisso de forma alguma. E você vai viver o tempo que Deus quiser que você viva”.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Unificação das marcas Ricoh

            No ano em que completa 38 anos de atuação no mercado brasileiro, a empresa multinacional Gestetner assumirá a marca do grupo industrial japonês Ricoh, visando o crescimento de sua participação de mercado nos principais países emergentes do mundo. Essa transição faz parte de uma estratégia global para unificar suas marcas.
O objetivo da empresa segundo o executivo uruguaio e futuro presidente da Ricoh Brasil, Diego Imperio é colocar a subsidiária brasileira em posição de destaque nas operações do grupo Ricoh, que está presente em mais de 130 países, e utiliza a tecnologia de ponta japonesa no processamento de documentos. Com o cenário econômico favorável, as expectativas da Ricoh para 2011 são ainda melhores do que no ano passado.
 A empresa, pioneira no desenvolvimento de tecnologia digital, fabrica e comercializa impressoras, copiadoras, duplicadores e equipamentos multifuncionais de diferentes tamanhos, além de softwares de gestão de documentos e workflow.